Depois de comprar a Bungie no início deste ano, a Sony está se movendo rapidamente para integrar a experiência da empresa em sua visão mais ampla.

Em uma apresentação para investidores na quinta-feira, o CEO da Sony Interactive Entertainment, Jim Ryan, delineou um futuro próximo para a empresa que se concentra fortemente em jogos online continuamente atualizados inspirados em Destiny, o sucesso de longa data da Bungie.

A Sony espera gastar 49% de seu orçamento de desenvolvimento do PlayStation Studios em jogos "live service" até o final do ano. Até 2025, a Sony planeja aumentar isso para 55%, bem acima dos 12% de 2019. Até o final de 2025, a Sony projeta que terá 12 jogos live service diferentes, enquanto hoje ela tem apenas um.

A empresa se recusou a responder perguntas do TechCrunch sobre quais de suas franquias podem receber a abordagem de live service, mas a apresentação citou God of War, Horizon Forbidden West, Spider-Man, The Last of Us e Uncharted em uma lista de seus notáveis ​​títulos exclusivos para um jogador. O estúdio de propriedade da Sony, Naughty Dog, está contratando para um jogo multiplayer, assim um novo jogo pode realmente surgir dos mundos virtuais de The Last of Us ou Uncharted.

A Bungie é mais conhecida por criar a franquia Halo, embora mais recentemente o estúdio tenha se tornado sinônimo de Destiny, uma nova série de ficção científica que a empresa desenvolveu depois de deixar Halo com a Microsoft. Como Halo, Destiny é um jogo de tiro em primeira pessoa futurista com mecânicas precisas e satisfatórias. Mas o verdadeiro apelo de Destiny é a experiência multijogador online impressionantemente perfeita da Bungie, que leva os jogadores a hubs centrais onde podem explorar e executar missões juntos, tornando-o mais parecido com World of Warcraft do que um FPS tradicional como Call of Duty.

Três anos depois de se separar da Microsoft, a Bungie assinou uma parceria de 10 anos com a Activision. A empresa acabou se separando da Activision também, abrindo caminho para que a Sony a comprasse no início deste ano por US$ 3,6 bilhões. A Bungie continuará sendo um estúdio independente de jogos, conforme firmado no acordo, à la Naughty Dog.

Logo após a aquisição da Bungie ser tornada pública, o CFO da Sony, Hiroki Totoki, confirmou o plano da empresa de implementar o know-how de jogos live service da Bungie em seu portifólio de jogos.

“O significado estratégico desta aquisição está não apenas na obtenção da franquia de grande sucesso Destiny, bem como no novo IP que a Bungie está desenvolvendo atualmente, mas também em incorporar ao grupo Sony a experiência e as tecnologias que a Bungie desenvolveu no espaço de jogos live service" - disse Totoki.

Ao trazer a Bungie sob sua asa, a Sony está comprando muito conhecimento sobre como construir jogos multiplayer online que se expandem ao longo do tempo, mantendo os jogadores voltando para mais. Esse tipo de experiência, geralmente chamado de “jogo live service”, explica como o Fortnite ainda é um dos jogos mais populares do mundo anos depois de ter feito manchetes por atrair jogadores casuais e streamers hardcore para seu mundo caótico e colorido.

É também um modelo de negócios extremamente lucrativo. Os jogos live service geralmente têm uma vitrine no jogo que convida jogadores dedicados a comprar produtos digitais, como skins e roupas de personagens. Esses ativos entram e saem, criando escassez e incentivando os jogadores a gastar dinheiro real para adquiri-los. Em uma determinada temporada de conteúdo, os jogadores de jogos como Destiny 2 e Fortnite podem pagar para ganhar um conjunto especial desses produtos virtuais cosméticos com um “passe de batalha”.

Alguns jogos live service, como Final Fantasy XIV, exigem que os jogadores paguem uma assinatura mensal para acessar o conteúdo mais recente, enquanto outros são gratuitos para jogar. Felizmente, hoje em dia, a maioria dos jogos gratuitos não exigem mais uma assinatura paga por meio dos serviços de assinatura premium da Microsoft ou da própria Sony.

Os jogos live service adicionam conteúdo de expansão ao longo do tempo, e os jogadores geralmente pagam para acessar o novo material, mesmo quando o jogo principal permanece praticamente o mesmo. Para os criadores de jogos, o verdadeiro fascínio é manter um jogo que possa viver e crescer ao longo do tempo, gerando receita por anos, em vez de fazer sucesso de forma estrondosa e fracassar alguns meses após o lançamento.

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